Última Parada 174 e uma reflexão

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Ontem assisti ao filme Última Parada 174 e fiquei um tanto quanto chocada, impressionada e me deu vontade de falar sobre ele, como fez nosso amigo Maycon Ramos em sua última postagem. Muitas vezes julgamos uma pessoa que comete um crime sem nos preocuparmos com sua história de vida, com o seu passado, com o contexto social em que essa pessoa vive. Esse passado do criminoso de forma alguma o isenta da responsabilidade pelos seus atos, mas o que quero dizer com essa minha colocação é que temos o costume de achar que aquela pessoa que comete um crime o faz desde sempre, que aquela pessoa É criminosa, NASCEU criminosa. Mas não é bem assim que as coisas funcionam.
Vemos o exemplo do Alê, o protagonista do filme, que aos dez anos de idade (dez ou doze, não tenho certeza) fugiu de casa deslumbrado pela possibilidade de conhecer Copacabana, lugar onde sua mãe tinha o sonho de ir pra abrir um quiosque para vender sua comida. Porém, sua mãe fora assassinada e ele passou a ser criado pela tia e o marido dela, que não gostava do garoto. Por isso saiu de casa. Chegando em Copacabana, passou por muitas humilhações e, sem dinheiro, se juntou a uns moleques de rua. Se tornou um deles e viveu nas ruas até os 17 anos de idade. Se envolveu com roubos, drogas e acabou sendo levado pra FEBEM. Lá, sofreu ainda mais, sendo até mesmo espancado lá dentro. Fugiu de lá com um suposto amigo que o ensinou a roubar com ele no trânsito, em cima de uma moto. Eles passaram a morar juntos no barraco onde esse amigo morava. Deslumbrado com o dinheiro fácil que estava ganhando, foi querendo cada vez mais. O amigo o coloca pra fora de casa depois de um assalto mal sucedido. Alê se envolve emocionalmente com uma prostituta que conheceu ainda moleque e mais pra frente descobre que esse seu suposto amigo se encontrava com ela também, como cliente. Alê briga com os dois e fica ainda mais revoltado. Toda essa história de vida conturbada mexe muito com a cabeça desse adolescente de 17 anos, que num ímpeto de se defender de uns policiais que cercaram o ônibus onde ele estava (ele estava armado), anunciou o sequestro do ônibus, que teve um triste final. Uma refém foi morta e Alê foi morto pelos policiais ainda dentro da viatura, a caminho da delegacia.
Podemos ver que a história de vida do garoto teve total influência sobre o desfecho de tudo.
É um caso a se pensar. Não defendo ninguém que cometa um crime, mas não podemos agir com ignorância e julgarmos da nossa maneira. Faltou oportunidade para o garoto se tornar uma pessoa de bem, mas uma vez na rua, fica difícil sair dela. Nós mesmos somos preconceituosos com os chamados "pivetes". Ficamos sempre na defensiva, com medo de um assalto e, sempre que podemos, nos desviamos deles.
Não dá pra mudar a realidade sozinhos, precisaríamos de apoio governamental e muita força de vontade pra tentar mudar essa triste realidade que está bem diante dos nossos olhos. Essas crianças de rua são carentes de carinho, de atenção, de afeto. O que poderíamos fazer pra ajudar esses pequenos? Cabe a cada um de nós responder.

10 recados:

  Carol

quinta-feira, novembro 06, 2008

Quero muito assistir esse filme...
Vc tem razão...não dá pra julgarmos alguém sem saber pelo que a pessoa passou...a realidade é muito triste!
Bjos.

  Bonequinha de Luxo

quinta-feira, novembro 06, 2008

Oi,Lu

Ainda não vi o filme,mas conheço a história do Alê...Ele foi sobrevivnte da chacina da Calendária,onde a polícia matou inúmeras crianças que dormiam no pátio da igreja.Tudo isso é muito triste mesmo.A maioria desses meninbos é vítima do sistema.

Obrigada por ir sempre ao meu Blog e no Anarquistas..

beijo

  Pequeno Luiz

quinta-feira, novembro 06, 2008

ja estava com vontade de assistir esse filme... agora vou correndo ver! fui!!!! rsrs

http://infocasa.blogspot.com

  Karina

quinta-feira, novembro 06, 2008

Olha, concordo contigo quando diz do preconceito e acho que deveríamos sim, dar uma oportunidade para essas criaças. Uma oportunidade de, ao menos, serem tratadas como seres humanos.
Acho que olhar com desgosto já é foda, mas olhar com indiferença é fatal.
Mas ainda assim naõ acho que levar uma vida dura, sendo julgado, alienado, abandonado, espancado, maltratado, ironizado...Justfique atos como esses. Já ví história de pessoas que passaram por coisas piores, e nem por isso se tornaram criminosas. O ser humano sabe o que faz sim! E um garoto de 17 anos sabe muito bem distinguir o certo do errado.
Bjinhos

  Camila

sexta-feira, novembro 07, 2008

Eu sou só uma gota...
Que bom que você é outra...
Acredito em copos transbordantes.

Beijinhos!

  Unknown

sexta-feira, novembro 07, 2008

Triste a realidade.
É o descaso da sociedade para com estas crianças, que discriminadas não tem apoio para um futuro melhor.
Abraços

  Anônimo

sábado, novembro 08, 2008

Lulu, eu não assisti esse filme ainda. Na verdade, ando tão "deprimida" com o caos social em que vivemos e com situações que presenciamos a olhos nus todos os dias, que nem sei se irei assisti-lo. Engraçado, hoje mesmo li um post muito bom sobre esse mesmo filme no blog "café com notícias". Ele está linkado no meu blog. Dá uma olhadinha lá...

Beijos!

  Anônimo

sábado, novembro 08, 2008

Eu só havia ouvido falar sobre o filme e já conhecia o acontecido que terminou na morte do rapaz. Agora após lê-la a senhorita criou em mim uma vontade - Quero ver o filme.

Abraço, até breve,

R.Vinicius

  Anônimo

sábado, novembro 08, 2008

Comentário-recado: Luciana fui ao seu perfil e cliquei no audio - Tens bom gosto! Gostei muito da canção Ordinary Day. Tem outra canção que goste da Dolores O'Riordan?

Abraço, até breve,

R.Vinicius

  Anônimo

sábado, novembro 08, 2008

Oi novamente.

Por isso a voz dela me era familiar. Adoro a música - Stars de quando ela estava na Banda.

Depois vou olhar outras músicas dela. A senhorita tem bom gosto.

=)

Abraço, até breve,

R.Vinicius