Mas, e aí? Como essas mulheres serão recebidas pela sociedade após saírem para a liberdade? Você empregaria uma ex-presidiária? Você colocaria uma ex-assaltante para trabalhar dentro de sua própria casa como doméstica? Colocaria uma ex-seqüestradora para ser babá de seu filho? Ou você se sentiria à vontade ao saber que trabalha ao lado de uma mulher que foi presa por homicídio ou tráfico de drogas e que agora está em liberdade e bem perto de você? ...
Bom, as presidiárias precisam ser preparadas para o retorno à sociedade, mas a sociedade também precisa ser preparada para recebê-las. As penitenciárias hoje possuem uma escola que funciona lá dentro mesmo, e li em algum lugar (que não me lembro agora) que as presas que freqüentam essas escolas têm a pena reduzida. Existem também oficinas de artesanato para que elas recebam pagamento (elas não recebem o dinheiro em si, mas com o bônus a que têm direito elas podem pedir para que comprem produtos de higiene, cosméticos e outras coisas permitidas). O valor também pode ser depositado na conta de alguém da família, que compra os produtos e os leva nos dias de visita, já que nos presídios "não pode" entrar dinheiro.
O universo dessas mulheres pode ser melhor compreendido através de duas leituras que eu recomendo: "Cela Forte Mulher", do Antônio Carlos Prado e "Prisioneiras - vida e violência atrás das grades", de Bárbara Musumeci Soares e Iara Ilgenfritz. O primeiro livro é especialmente envolvente, com relato da rotina de várias detentas e da relação de amizade que elas cultivaram com o autor, que fez um trabalho voluntário no sistema penitenciário feminino de São Paulo por um período de sete anos, trabalho muito bonito e gratificante, segundo seus relatos. O segundo livro traz depoimentos de detentas e um excelente trabalho estatístico com dados preocupantes sobre o envolvimento das mulheres hoje com o crime.
Maneiras de dar a mesma notícia...
Tour/"Horário Eleitoral Gratuito"
Resolvi fazer um 'tour" em alguns blogs e achei muita coisa legal. A internet tem tanta porcaria que eu, sinceramente, não esperava achar tanta coisa boa como achei. Até acrescentei alguns na minha lista de "blogs que recomendo". Fiquei satisfeita e até feliz em saber que existe ainda muita coisa de qualidade na grande rede. Fiquei até empolgada em escrever um pouquinho...
Bom, não gosto de política, mas quero falar um pouquinho do divertido "horário eleitoral gratuito". Divertido sim! Não é possível que ninguém, além de mim, ache graça ao assistir esses candidatos (ao ridículo) lendo textos mecanicamente, fazendo caras e bocas, inventando rimas, enriquecendo seus nomes com "Doutor", "Pastor", "Professor", "Cabo", "Sargento", como se esses títulos dessem realmente mais credibilidade a eles... E os apelidos que eles têm a coragem de divulgar? "Fábio Zói ", "Vovô do Rock", "Pica Pau da Rádio", "João Rasgado", "Cachorrão", "Lélio Palanque", "Preto da Serralheria", "Tererê", "Osvaldo Bilisquete", "Tio Panga", "Zezão Tabajara", "Gleida Filha do Renatão", "Fernandinho do SAMU", "Gargantinha de Ouro", "Edmundo de Castro Pobretão" etc. É demais pra mim! E o pior de tudo: TEM GENTE QUE AINDA VOTA NESSES CARAS!!! Gente, gente... O Brasil está como está por causa desse tipo de coisa. O brasileiro não pensa pra votar, é enganado facilmente por esse bando de "sei lá o quê" (não sei nem como classificar...)... As propagandas que estão passando aí na TV sobre "4 anos é muito tempo" começaram muito legais e inteligentes, mas agora ficou meio besta. Acho que é justamente pra mostrar que por causa de uma besteira o Brasil pode ficar ferrado por loooongos 4 anos... Não só o Brasil, mas particularmente seu Estado, sua cidade, seu bairro. Nós temos o direito de decidir quem serão os nossos próximos políticos, então façamos valer esse direito. Vamos votar com consciência e não desperdiçarmos nosso voto.
A coisa é séria! E a coisa tá feia...