Sempre tive a sensação de que não sou desse mundo, desse planeta, desse lugar tão cheio de coisas e ao mesmo tempo tão vazio de sentimentos. Ando pelas ruas e vejo pessoas apressadas, outras nem tanto, carros buzinando, gente xingando, outras conversando alto, outras caladas, outras mascando chicletes, outras alienadas ouvindo seu MP3. Tudo isso junto cria um ambiente tão estranho, tão confuso, que chega a ser agressivo. As pessoas passam umas pelas outras e nada acontece, nem um olhar amistoso. Deficientes ou idosos atravessam as ruas com medo, inseguras, sem ninguém pra ajudar. Pessoas caídas nas ruas e ninguém se importa se estão doentes, se precisam de ajuda, se precisam de um médico.
Bom, acho que estou querendo demais. As pessoas hoje estão muito ocupadas e sem tempo (ou coragem) de fazer algo pelo outro. Cada um, no seu individualismo, tem sua própria vida pra viver, que já é uma grande tarefa. Mas será que estamos realmente VIVENDO? Ou será que só EXISTIMOS?
Me sinto mal com tudo isso. Confesso que não sou um exemplo de cidadã. Poderia fazer muito mais pela sociedade, pelos necessitados, pelos que precisam de um apoio. Mas quero mudar isso. Quero doar mais de mim. Creio que a felicidade está dentro de nós, em nossas atitudes, em nosso modo de encarar a vida, em viver, e não apenas existir. E quero buscar essa felicidade, pois a vida passa muito depressa pra passarmos por ela despercebidos.
Esse mundo é mesmo muito estranho. É como se eu realmente estivesse aqui só de passagem, pois não me sinto "em casa". O mundo não pode ser só isso! Mas também sinto que, através dessa "experiência terrena", alcançarei (alcançaremos) um patamar mais elevado, mais sublime, com mais vida, mais amor, mais paz, mais fraternidade e menos guerras, menos egoísmo, menos individualismo, menos desamor. Sinto que é assim que evoluiremos, por isso a prova é tão difícil. A vida é mais um estado de espírito.
Por isso, quero fazer a diferença! E quero ser feliz!
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