Naquele dia, logo depois do pôr-do-sol, o garoto de oito anos foi levado a um aposento iluminado apenas por lamparinas. Um lama segurou sua cabeça com força. Sem qualquer anestesia, o instrumento pontiagudo foi sendo lentamente introduzido na testa, abrindo um orifício. Ali foi inserida uma palheta, que permaneceu no osso frontal por dezessete dias. A cirurgia teria estimulado a glândula epífise, ou pineal, que aumentou seus poderes de clarividência.
Impressionado? Você não está sozinho. Outras 132 mil pessoas, só no Brasil, não se esquecem desta passagem do sétimo capítulo do livro A Terceira Visão (The Third Eye), escrito por Lobsang Rampa em 1955. O livro, publicado pela primeira vez pela editora britânica Secker & Paula Calloni de SouzaWarburg, foi um best-seller, com 80 mil livros vendidos em seis edições na Inglaterra, e 100 mil na Alemanha, além de edições com vendagens similares em toda a Europa e América do Norte.
Com todos os ingredientes de uma empolgante autobiografia, A Terceira Visão conta a vida de Tuesday Lobsang Rampa e sua formação como monge budista, até se tornar um lama e abade especialista em medicina cirúrgica. Aos sete anos, filho de um membro dos altos postos do governo tibetano, o pequeno Lobsang tem seu destino decidido por uma comissão de sacerdotes-astrólogos, que solenemente profetizam seu futuro durante uma grande festa realizada em sua casa em Lhasa, no Tibete. O menino deveria ser encaminhado ao mosteiro de Chakpori e passar por um severo preparo ético, teórico, religioso e aguçado através de provas de resistência física e mental. Ele deveria estar apto não apenas para exercer seu papel de médico, mas também para enfrentar um destino marcado por dificuldades, privações e sofrimento no Ocidente. Tendo como mestre o lama Mingyar Dondup, por quem nutre respeito e carinho quase filiais, Lobsang passa por inúmeras provações e conta tudo com detalhismo impressionante. Sua convivência com o décimo terceiro Dalai-Lama, suas experiências de quase morte, viagens astrais, clarividência; as expedições ao Planalto de Chang Tang a fim de conhecer e colher ervas medicinais; sua visita à "cidade morta" de uma civilização perdida, suas elucubrações quanto às diferenças culturais, sua fiel descrição de um ambiente carregado de mistério, inatingível à maioria das pessoas comuns, tudo isso faz da obra o tipo de livro que não se consegue mais parar de ler. A narrativa também é permeada por mensagens contra o preconceito: "É uma pena que tenhamos essa tendência para julgar outros povos segundo nossos próprios padrões". E de consolo: "A morte não existe. É um nascimento. Simplesmente o ato de nascer num outro plano de existência".
Li este livro há uns anos atrás, mas não consigo me esquecer do bem que ele me fez. Me afeiçoei ao autor e me senti solidária a ele nos seus momentos de sofrimento, de provações, mas também me alegrei com ele em seus momentos de vitória, de alegria. É um livro que jamais irei esquecer. Pretendo lê-lo novamente assim que tiver um tempinho, pois sinto a alma mais leve só de me lembrar das maravilhosas experiências espirituais de Lobsang.
Altamente recomendado!
Lobsang Rampa é autor de outros tantos livros que falam sobre sua experiência de vida. Mas "A Terceira Visão" é para mim o mais marcante de todos os seus livros.
Referências: http://www.ippb.org.br/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=2023
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